quarta-feira, 4 de julho de 2007

LIBERDADE ÉTICA É ANARQUISMO


A crítica que se faz aos Anarquistas é preconceituosa. Esse desvio é fruto intelectual dós próceres teóricos das formas de governo trigêmeas: - Aristocracia, Monarquia e Democracia.
Há que se saber que o espírito libertário, o anseio pela libertadade absoluta, existe junto com o Homem. Via de sua manifestação intelectual, em autores cuja crítica sempre foi dirigida a autoridade política no sentido mesmo de restringir seu arbítrio decisório sobre a sociedade; ainda, via de apelos minelarísticos de uma sociedade perfeita onde a relação entre o humano e o divino dispensam autoridades intermediárias; e, também, frequentemente observada em movimentos sociais que fazem do protesto coletivo e contestador sua expressão e ação política.
Na Idade Média, as revoltas camponesas. As posições libertárias dos "diggers" ingleses (séc. XVII). Thomas Munzer e os camponeses alemães contra os príncipes, 1800. Pouco antes da Revolução Francesa, a reação coletiva do contra-iluministas questionando o conceito de "autoridade". Mesmo entre os Jacobinos, houveram os enragés, os enraivecidos.
Passada a dupla revolução (Francesa e Industrial) William Godwin reforça a teoria do pensamento anárquico em Enquire Concerning Political Justice. Propõe o justo equilíbrio entre necessidade e vontade, num regime comunitário sem propriedade privada. Apóia a Razão Pura em detrimento da autoridade governante e da Lei. Impõe a Liberdade Ética.
O texto de Godwin embala intelectuais do porte de Proudhon, Bakunin, Striner, Malatesta, Kropotkin, Tolstoi. Dos teóricos Individualistas e dos Comunistas extrai-se a irrepreensível manifestação do EU diante do contexto sócio-político. Mas, principalmente, a realização do EU numa sociedade onde cada um se dispõe a restringir a liberdade econômica em favor da liberdade social, independente de vínculo superior. Muito adequado no período pós-revolucionário, no ambiente econômico de transição rural-urbana.
Mas, o que resta de atrativo do Anarquismo para nossos dias? - A negação da Autoridade, do Estado e da Lei.
Em primeiro, a rejeição da autoridade seja de ordem humana ou de ordem sobre-humana. A rejeição total aos "intermediários divinos", mercadores da Fé, auto-proclamados ministros, bispos, profetas...
Segundo, a recusa ao Estado burocrático e repressivo por excelência, interventor econômico, impondo uma série de obrigações e de comportamentos a que o indivíduo não pode fugir. O estado que inverte a relação existente entre estruturas econômicas e superestruturas políticas. O estado que age em desfavor da sociedade; que cobra mais do que consegue oferecer.
Por fim, a negação da Lei. A expressão da repressão por parte da máquina de Estado. Da exigência à sociedade de comportamento legal enquanto autoridades se colocam acima da Lei; de uma Lei muitas vezes elaborada nos bastidores para atender interesses oligárquicos travestidos de democráticos. Das normas e regimentos que não se cumpre em favor dos que presidem os podres poderes.
O Anarquismo atual estabelece que o comportamento individual vincula-se apenas a atitude e a opinião como condição essencial e única para a liberdade social, política e econômica. É isso que se traduz como "liberdade de Imprensa"; "livre associação"; "opção sexual"; "liberdade de credo"; mas, não nas pseudos-democracias... discursos e sermões... defesas-prévias... e protetarados políticos!!!
Ou a indignação vem à tona, ou a indigna-nação permanece!!!